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Secretaria de Saúde de Queimadas realiza I Fórum Municipal sobre Sífilis

por Publicado em 06/10/2017 às 18:27

A Secretaria de Saúde de Queimadas realizou, nesta sexta-feira (6), o I Fórum Municipal de Sífilis e Sífilis Congênita que ocorreu, na Câmara dos Vereadores, das 8h às 12h e das 14h às 17h. O objetivo foi repassar informações e atualizar as equipes das Unidades Básicas de Saúde da Prefeitura de Queimadas sobre as estratégias de combate a essas doenças, que tem cura, mas precisam de maior conscientização para a prevenção. O evento reuniu cerca de 100 profissionais de todos os segmentos da Saúde do município.

A secretária de Saúde, Eugênia Bernardino, destacou que diversas orientações e treinamentos vem sendo feitos com os profissionais da Saúde. O intuito é cada vez mais combater, não apenas a sífilis, mas todo tipo de infecções possam ser detectadas. Para ela, o importante é atuar junto à população para que esta possa se conscientizar sobre os riscos das Infeções Sexualmente Transmissíveis e sua prevenção. 

"Ao detectarmos qualquer sinal de sífilis, principalmente, em gestantes, estaremos atuando no sentido de prevenir e conscientizar. Esta é uma prioridade da gestão do prefeito, Carlinhos de Tião que apóia o incentivo da educação permanente para os profissionais de saúde. A finalidade é implantar mudanças para diminuirmos qualquer tipo de incidência de Infeções Sexualmente Transmissíveis", ressaltou Eugênia.

Estiveram presentes ao I Fórum Municipal de Sífilis e Sífilis Congênita, o obstetra do Hospital Universitário de João Pessoa, Dr. Otávio Pinho, que proferiu palestra sobre a Sífilis; a responsável técnica estadual do Núcleo de IST/Aids, Dra. Joana Ramalho, que palestrou sobre Epidemiologia da Sífilis e levando a exitosa experiência do município de Mamanguape aos profissionais de Queimadas, sobre o uso da penicilina benzatina na Atenção Básica, palestrou a enfermeira e mestranda em Saúde Pública, Gianeide Camargo, além da secretária de Saúde, Eugênia Bernardino e profissionais de Saúde de Queimadas.

Segundo o obstetra, Dr. Otávio Pinho o tratamento é célere, assim como o diagnóstico, que pode ser feito com um teste rápido, com resultado pronto em poucos minutos. No caso da sífilis primária, uma única dose de penicilina benzatina intramuscular já é o suficiente para a cura. Em outros casos, quando não detectada há tempo, pode trazer graves sequelas.

Para a enfermeira, Gianeide Camargo a incidência de Sífilis congênita continua elevada, em alguns municípios paraibanos e para reduzir o impacto desta infecção, ela destacou que uma das principais estratégias é a ampliação da execução de testes rápidos durante o pré-natal e a realização do tratamento adequado através da administração da penicilina benzatina.

A responsável técnica estadual do Núcleo de IST/Aids, Dra. Joana Ramalho foi incisiva ao afirmar que apesar da população não se prevenir e não se conscientizar da gravidade desta infecção, um dos fatores que tem contribuído para o aumento da epidemia de sífilis no país é, sem sombra de dúvidas, a falta de campanhas educativas por parte do Governo Federal.

“Sabemos que há uma falta de conscientização por parte da população sexualmente ativa. No entanto, não podemos deixar de ressaltar que as campanhas educativas e de prevenção por parte do Governo Federal, não só sobre a sífilis, mas muitas outras infecções e doenças que necessitariam desse tipo de estratégia, estão adormecidas”, frisou Joana.

Ela acrescenta que uma das saídas, em virtude desta ausência de campanhas educativas de prevenção e combate a estas e outra infecções, por parte do Governo Federal, é as Secretarias municipais se unirem em torno de um trabalho educativo e terem como alvo principal os jovens. “Temos que destacar a importância da Secretaria de Educação como parte crucial no combate a estes tipos de infecções. Acredito na Educação como saída para muitos problemas sociais”, pontuou Joana.

Saiba mais sobre a sífilis

A sífilis é uma doença infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum e pode ser transmitida por meio de relações sexuais sem preservativos, transfusão de sangue contaminado e de mãe para filho (durante a gestação e o parto). Ela é quatro vezes mais frequente nas gestantes do que o vírus da Aids (HIV), conforme o Ministério da Saúde. 

A sífilis congênita ainda é um grande desafio para a saúde pública no Brasil, em virtude da sua elevada prevalência e de graves sequelas perinatais.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera que a doença é eliminada quando existe a ocorrência de menos de um caso para cada 1 mil nascidos vivos. No Brasil, a taxa atualmente é de 1,6. Se o tratamento for feito tanto na gestante como em seu parceiro de forma adequada, é interrompido o ciclo da doença entre os parceiros e impedida a transmissão para o bebê.